quinta-feira, 24 de abril de 2008

o ovo e a panqueca


Hoje resolvi fazer panquecas e me ocorreu algo totalmente inesperado. No momento de abrir o ovo, estranhei completamente o cheiro. Imaginei que estaria “estragado” e, por segurança, despejei antes em um copo. Cheirei novamente: não, o odor era o de sempre. No entanto aquele me pareceu o ovo mais estranho do universo.

Olhei por vários ângulos, de fato, continuava estranho. Pensei em como poderia comer um ovo. Aquilo é uma futura vida. Então observei o ovo com ares de vida. Por um instante, entendi os vegans. Aquilo é vida, amarela e disforme, mas vida. E placenta esbranquiçada, quase transparente. Imaginei se a bola amarela (sim, aquela gema parecia uma bola, um mundinho de ouro) já seria um início de uma galinha pequena, ou um galo, vai saber.

Olhei novamente para a gosma flutuando no copo, decidi que precisaria terminar as panquecas e que vegans são pessoas com TOC em relação à comida - explicação sem sentido que garantira meu lanche. Antes, porém, espetei a gema e procurei entre aquela amarelidão um início de galinha-bebê, não havia. E, apesar de óbvio, prossegui na experiência. Misturei a clara e a gema. Seguramente, não havia ainda um princípio de forma naquela coisa amarelada. Contudo, só por segurança, todas as vezes que for usar um ovo, de hoje em diante, despejarei no copo e, concluirei, com certeza, de que não há uma vida semi-formada e comestível naquela gosma. Ao menos, nenhuma vida que eu enxergue e reconheça.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

terra do sol



Por muito tempo estive cavando um poço sem fundo, movia-me pela esperança de que a qualquer instante, quando menos esperasse, alcançaria a Terra do Sol. Não alcancei e deparei-me com uma escuridão sem fim, com mãos sofridas e um caminho sem volta.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

poemeto.

e se eu disser que tanto adoro
do pouco que me mostra

vai soar falso?
vai entender o quanto
é o tanto?